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Diabetes: tudo o que você precisa saber para viver mais e melhor

Foto do escritor: Deborah SantosDeborah Santos
Conhecer as causas, sintomas iniciais e os tipos de diabetes pode ajudar a evitar a doença e a melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com diabetes. 

A IDF (International Diabetes Federation) estima que em 2045, 1 em cada 8 adultos (cerca de 783 milhões de pessoas) estarão vivendo com diabetes


No entanto, é possível reduzir o impacto da doença com medidas preventivas de estilo de vida, diagnóstico precoce e acesso a tratamento adequado para prevenir complicações.


Neste artigo você vai aprender a identificar os principais tipos de diabetes, suas causas, sintomas iniciais, riscos associados, o que fazer para prevenir e tratar a doença. 



cubos de açúcar formando a palavra STOP

O que causa a diabetes e quais seus tipos?


Muitos pacientes têm dúvidas sobre o seu tipo de diabetes. Alguns acham que por usarem insulina estão classificados como diabetes tipo 1. Mas isso não é verdade. 


O diabetes tipo 2 está geralmente associado a excesso de peso, idade avançada, estilo de vida não saudável (falta de exercício físico regular, má alimentação) e seu tratamento pode ou não necessitar de insulina.


Já o diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, onde ocorre destruição das células do pancreas produtoras de insulina, havendo necessidade de uso de insulina desde o diagnóstico, que geralmente ocorre em idades precoces (crianças e adolescentes). 


Temos ainda o diabetes gestacional que é uma alteração transitória durante a gestação, geralmente diagnosticado em torno da 20ª semana de gravidez que coincide com o aumento da produção de um hormônio da placenta que altera a ação da insulina. 


Como saber se tenho diabetes? 


Os principais sintomas são: emagrecimento, muita urina, muita sede, muita fome, sensação de cansaço, dor de cabeça e às vezes náuseas e vômitos. 


Estes sintomas podem estar presentes no diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2, porém este último se desenvolve de forma lenta e gradual, com sintomas mais discretos que na maioria das vezes são negligenciados pelos pacientes e acabam por ter um diagnóstico tardio. Por isso a importância do acompanhamento médico regular


Já o diabetes gestacional geralmente não causa sintomas na mãe, mas o feto pode apresentar excesso de crescimento, diminuição de líquido amniótico e malformações. O diagnóstico é feito através de análises do sangue com o doseamento da glicemia e deve ser realizado logo no início da gestação e depois repetido entre a 24ª e 28ª semanas. 


Quais são os riscos associados à diabetes? 


A falta de tratamento adequado pode levar a consequências graves em diversos órgãos do nosso corpo, como olhos (cegueira), rins (insuficiência renal, por vezes necessitando de hemodiálise), nervos periféricos (dor, perda de sensibilidade nos pés, feridas) e sistema vascular (aumento de risco de doenças cardiovasculares como infarto agudo do miocárdio e AVC).


Segundo dados da recente publicação da IDF, até 40% dos pacientes com diabetes desenvolvem algum grau de doença renal crônica. Além disso, a retinopatia diabética ainda é a principal causa de cegueira irreversível em Portugal e no mundo.


Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de complicações  são:

  • tempo de duração do diabetes (quanto mais tempo o seu corpo fica exposto ao excesso de açúcar circulante, maior o risco),

  • controle inadequado (a quantidade de excesso de açúcar circulante também interfere),

  • tabagismo (causa danos nos nossos vasos sanguíneos),

  • excesso de colesterol no sangue (contribui para o entupimento dos vasos sanguíneos e para um ambiente inflamatório).


Como prevenir o diabetes?

Para evitar o diabetes é importante estar atento aos sintomas iniciais, fazer acompanhamento médico regular e manter um estilo de vida saudável. É importante conhecer os principais fatores de risco e saber o seu risco pessoal em desenvolver a doença.


Os principais fatores de risco são:

  • idade,

  • sobrepeso ou obesidade,

  • excesso de gordura abdominal,

  • hipertensão arterial,

  • baixa ingestão diária de fibras,

  • pré-diabetes,

  • histórico de diabetes gestacional,

  • história familiar de diabetes.


Aqui estão 2 links onde pode calcular o seu risco de desenvolver diabetes tipo 2:


A WHO (World Health Organization) recomenda realizar pelo menos 150 minutos de atividade física por semana (ou 30 minutos por dia), manter um dia a dia ativo, uma dieta equilibrada (evite açúcar e gorduras saturadas) e não fumar para prevenir o diabetes.


Algumas dicas para começar sua mudança de estilo de vida ainda hoje:

  • Use e abuse das escadas (em casa, no metrô, no shopping, no trabalho...).

  • Reduza o tempo de tela (menos tempo no computador, TV, redes sociais).

  • Desça uma estação de metro / autocarro antes e aproveite para caminhar um pouco.

  •  Faça pausas durante o seu turno de trabalho e aproveite para realizar exercícios rápidos de alongamento.

  • Aumente a ingestão de fibras e gorduras boas (elas ajudam a diminuir a absorção do açúcar dos alimentos).

  • Controle seu peso.


Como tratar o diabetes?

Atualmente dispomos de diversos medicamentos (injetáveis e orais) que podem ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue. Muitas vezes precisamos de mais de uma medicação pois elas atuam em diferentes partes do nosso corpo.


O seu médico pode te ajudar a encontrar a combinação de tratamento que funciona melhor para si. Não existe uma receita de bolo, o tratamento deve ser individualizado e baseado nas preferências e limitações de cada paciente.


Porém o uso isolado da medicação não é suficiente. Para vivermos (e convivermos) melhor com a diabetes é fundamental fazer mudanças na alimentação, aumentar o grau de atividade física e realizar o rastreio das principais complicações pelo menos uma vez ao ano.


Conhecer a fisiologia do nosso corpo  e a como a doença atua pode trazer muitos benefícios para o tratamento e proporcionar melhor controle da doença. A gestão diária da vida de uma pessoa com diabetes pode ser desafiadora e cansativa.


Entender a doença e observar como nosso corpo responde a determinados estímulos (alimentos, exercício físico, estresse) pode nos ajudar a tornar o dia a dia mais leve.


Uma questão que sempre abordo na minha consulta é o equilíbrio e o bom senso! É importante ouvir o paciente, entender seus medos, suas necessidades e adaptar o tratamento para a realidade de cada um.  


Mantenha uma rotina saudável e equilibrada. Procure um médico e faça seus exames de rotina regularmente. É importante estar atento e agir preventivamente!


Dra. Deborah Conte Santos, M.D, Ph.D 

Endocrinologista / Especialista em diabetes

Ordem dos Médicos de Portugal nº 71539 / CRM-RJ nº 5291624-2

Membro da Sociedade Portuguesa de Diabetologia e da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia Diabetes e Metabolismo


Referências

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